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Thaísa treina para voltar às quadras em dezembro

por: Pedro - Redação

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José Elias de Proença, idealizador da Dois Andares, com Thaísa
(IEE/ Divulgação)

Fonte: ZDL – Paula Otero

Após cirurgia no joelho esquerdo, realizada em 6 de junho, em São Paulo, a bicampeã olímpica Thaisa inicia uma nova etapa do tratamento com o Prof. José Elias de Proença, preparador físico da seleção brasileira de vôlei e bicampeão olímpico, para recuperação das habilidades funcionais no Centro de Treinamento Dois Andares.

Thaísa contou que na primeira parte do processo de recuperação, precisou ficar em repouso total, sem poder pisar no chão. “A pior parte para mim foi essa, porque eu não podia fazer absolutamente nada por três meses”, relembrou a atleta. Após esse período, Thaísa retomou alguns exercícios de musculação e, em seguida, o treinamento funcional na Dois Andares, com supervisão do José Elias, com o objetivo de ganhar força e devolver a função.

Após quatro meses da cirurgia, já é possível ver uma grande melhora na recuperação da Thaísa. “Estou andando normal, subindo e descendo escada normal. Descer era impossível, eu não conseguia. Consigo sentar e levantar. Fazer coisas normais do dia a dia que estavam muito difíceis, que eu não conseguia fazer. Eu estava totalmente limitada”, ressaltou. “Ela veio sem sustentar a perna em equilíbrio, e ela passou a sustentar a perna em equilíbrio”, exemplificou o preparador físico.

As habilidades funcionais da Thaísa estão sendo resgatadas baseada no método desenvolvido por José Elias, que está estruturado a partir das orientações de metodologia globais. “Dessa forma, você trabalha exercícios que se relacionam com as funções do nosso dia a dia e, pela combinação de movimentos, aumenta o desafio com o passar do tempo. Como exemplo, podemos utilizar os exercícios que se baseiam no andar, utilizando o equilíbrio em uma perna só, depois a corrida, utilizando elásticos para aumentar a tração e a força muscular. O colchão, que foi uma técnica utilizada na recuperação da Ana Moser, também está sendo aplicado no treinamento da Thaísa. O colchão Dois Andares melhora a relação do corpo com a gravidade nas funcionalidades fundamentais como caminhar, agachar e subir escadas”, acrescentou.

A previsão para Thaísa voltar às quadras é dezembro. Para que a recuperação ocorra rapidamente, a atleta está treinando todos os dias da semana com acompanhamento de seu personal trainer, Denis Nascimento, está realizando o treinamento funcional duas vezes por semana com José Elias na Dois Andares e também passando por fisioterapia com o profissional Fernando Fernandes, que também é da Seleção Brasileira de Vôlei.

Sobre a importância do resgate das habilidades funcionais, o José Elias explica que esse treino tem relação com a forma como cada um se relaciona com o mundo, e, no caso da Thaísa, com o mundo do voleibol. “Para reaprender a equilibrar em uma perna só, você tem que acionar musculatura para que fique em pé, se não você cai. Se ela está com a perna direita respondendo bem e com a perna esquerda, não tão bem, a gente tem que ir dando exercícios para igualar”, explicou Zé Elias. “A escolha dela em vir aqui é principalmente pela estrutura que a gente tem, pelos equipamentos e pela proposta. Por essa variedade de movimento”, completou José Elias.

A cirurgia

O histórico de lesões da Thaísa começou em 2015, quando ela passou por intervenções nos tendões dos dois joelhos. A recuperação foi rápida e logo ela voltou às quadras. Em janeiro de 2017 ela recebeu o diagnóstico de uma lesão na cartilagem e no menisco do joelho esquerdo, mas ela continuou jogando em Istambul. Para compensar a dor, acabou forçando o lado direito, o que resultou em uma torção com luxação no tornozelo direito durante um jogo pelo Eczacibasi.

“Na cirurgia, quando abriu o joelho que deu para ver que estava muito ruim. O menisco estava praticamente um pedaço para cada lado, desprendeu do osso, estava aquela coisa toda destruída, retalhada. E a cartilagem estava com mais de dois centímetros de buraco”, detalhou Thaísa.

Ela explicou que foi necessário fazer um transplante de cartilagem e sutura no menisco. “Não é comum esse tipo de cirurgia, porque na situação do meu menisco provavelmente eles teriam tirado fora, mas para mim se tirar acabou, não tem como jogar. Então se tentou ao máximo preservar, mas foi bem complicado”, finalizou a atleta.